sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A Questão do Atleta na Política Nacional Brasileira - Dia da Independência




Esse é um post polêmico. Escrito em um momento conturbado. Aos atletas que me seguem, peço que leiam com a calma e reflexão necessárias para o momento e entendam a razão do meu discurso e pensamento.

Para o público em geral, peço que leiam e entendam que essa é uma visão crítica de quem está dentro do universo de atletas mas tenta analisar pela ótica macro de um país em crise. E que temos, como cidadãos, a possibilidade e o poder de fazer a diferença no orçamento dos atletas (esse mesmo que vos escreve nunca nega uma ajuda financeira para fechar as contas e poder competir sem usar um centavo de dinheiro público e arcando com todas as taxas do custo-Brasil). Aí vai:

Eu não creio que o país deva bancar um atleta. Penso que, no contexto de prioridades que vivemos (segurança, saúde e educação, etc), o país deva ter prioridades maiores do que financiar um atleta para uma competição (mesmo essa competição sendo uma olimpíada). Não que o país não deva fazer em um momento menos conturbado. Mas cabe, no momento, prioridade de recursos.

Acredito que é dever do atleta transmitir o objeto de "trabalho" dele a sociedade e mostrar sua "arte" como forma de relevância social e ser REMUNERADO por isso. Aí, sim, cabe ao governo um papel facilitador deste processo. Exemplos:

1- Visitas de escolas a centros de treinamento para apresentação do local e workshop dos atletas mostrando a modalidade para as crianças (orçamento do ministério da EDUCAÇÃO).

2- Eventos a profissionais da área de ciência dos esporte/treinamento de avaliações clinicas e testes que contem como carga horária em faculdade e programas de mestrado/doutorado (orçamento do ministério de CIÊNCIA E TECNOLOGIA).

3- Intercâmbio de atletas e treinadores de outros países para discussão, aprendizado e construção de conhecimento (CIÊNCIA E TECNOLOGIA).

4- Centro de treinamentos dentro de universidades públicas para fomento de pesquisa nas universidades (o mesmo material de treino sendo utilizado em pesquisa). (CIÊNCIA E TECNOLOGIA).

5- Eventos que mostrem a origem de um esporte ligado a imigração de uma população específica (exemplo: Judô e Japão) com a participação de atletas para demonstrações, depoimentos e construção da mistura da cultura desses esportes com a construção e transformação da cultura nacional (MINISTÉRIO DA CULTURA)

6- Isenção de impostos e taxas para competir (passagens e hotel), para locar ou comprar um espaço de treinamento e também para aquisição de equipamentos inerentes a prática daquele esporte (acredite, leitor... isso dá uma ENORME diferença orçamentária).

Aí, deixamos os atletas não dependentes da sociedade como meros "fardos financeiros" e, sim, com uma FUNÇÃO SOCIAL relevante. Aos que quiserem (e puderem) ajudar, farão como fazem por aqui: ajudas individuais. Quem quer e pode, ajuda e contribui com valores dentro das suas possibilidades. Mas, no momento, acho injusto onerar uma sociedade inteira para pagar a conta dos atletas. Temos outras prioridades.

Pensem nessas possibilidades e, uma vez postado, fiquem tranquilos que o direito ao debate de idéias é garantido nos comentários da minha página (desde que mantida as regras da política de não ofensa ou discurso de ódio).


Um abraço,


Hugo Quinteiro

#DiaDaIndependência

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