Por: Hugo R. G. Quinteiro
Pode parecer um pouco contraditório a primeira vista, mas transporte passivo com gasto de energia ocorre sim e também é conhecido como transporte ativo secundário e se dividem em: co-transporte e contratransporte.
Quando os íons sódio são transportados para fora das células por transporte ativo primário, forma-se, na maioria das vezes, um gradiente de concentração de sódio muito intenso – concentração muito elevada no exterior e muito baixa no interior. Esse gradiente representa um reservatório de energia, visto que o excesso de sódio, no exterior da célula, tende sempre a se difundir para o interior. Sob condições adequadas, essa energia de difusão de sódio pode, literalmente, puxar outras substâncias, junto com o sódio, através da membrana. Esse fenômeno é conhecido como co-transporte.
Para que o sódio possa levar consigo outras substâncias, é necessário um mecanismo de acoplamento. Isso é realizado por meio de outro tipo de proteína carreadora da membrana celular. Neste caso, o carreador atua como ponto de fixação para o íon sódio e para as substâncias co-transportadas. Uma vez acontecendo a fixação dos dois, ocorre alteração conformacional da proteína carreadora e o gradiente de energia do sódio faz com que tanto o íon sódio como a substância co-transportada sejam transferidos juntos para o interior da célula.
No contratransporte, de novo, os íons sódio tendem a se difundir para o interior da célula, devido a seu intenso gradiente de concentração. Contudo, neste caso, a substância que vai ser transportada está no interior da célula e deve ser transportada para o exterior. Por conseguinte, o íon sódio se fixa à proteína carreadora em sua extremidade que se projeta para fora, na face externa da membrana, enquanto a substância que vai ser contratransportada se fixa à projeção interna da proteína carreadora. Uma vez tendo acontecido a fixação dos dois, ocorre nova alteração conformacional, com a energia do íon sódio o transferindo para o interior e levando a outra substância a se deslocar para o exterior.
Referência:
GUYTON, ARTHUR C.; HALL, JOHN E. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
2 comentários
Olá Hugo, realmente parece contraditório.
O que pode causar polêmica é o título que pode ser entendido que será preciso quebra de ATP para o transporte passivo que pelo que pude entender não ocorre. O que acontece é que a anergia usada para esse transporte é a energia do gradiente de cálcio por exemplo de fora para dentro, aí o calcio entra por difusão não quebrando ATP e levando substâncias co-transportadas ou trazendo as contratransportadas para o lado de fora da membrana.
Assim como está escrito no livro: "No transporte ativo primário, a energia é derivada diretamenta da degradação do ATP... No transporte ativo secundário, a energia é derivada secundariamente da energia armazenda na forma de diferentes gradientes consentrações iônicas de substâncias..., gerada originalmente por transporte ativo primário.
Emerson
Seu Blog está bem legal!! Saudações acadêmicas!!
João Brinkmann
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