quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

TRANSPORTE PASSIVO COM GASTO DE ENERGIA?



Por: Hugo R. G. Quinteiro

Pode parecer um pouco contraditório a primeira vista, mas transporte passivo com gasto de energia ocorre sim e também é conhecido como transporte ativo secundário e se dividem em: co-transporte e contratransporte.
Quando os íons sódio são transportados para fora das células por transporte ativo primário, forma-se, na maioria das vezes, um gradiente de concentração de sódio muito intenso – concentração muito elevada no exterior e muito baixa no interior. Esse gradiente representa um reservatório de energia, visto que o excesso de sódio, no exterior da célula, tende sempre a se difundir para o interior. Sob condições adequadas, essa energia de difusão de sódio pode, literalmente, puxar outras substâncias, junto com o sódio, através da membrana. Esse fenômeno é conhecido como co-transporte.
Para que o sódio possa levar consigo outras substâncias, é necessário um mecanismo de acoplamento. Isso é realizado por meio de outro tipo de proteína carreadora da membrana celular. Neste caso, o carreador atua como ponto de fixação para o íon sódio e para as substâncias co-transportadas. Uma vez acontecendo a fixação dos dois, ocorre alteração conformacional da proteína carreadora e o gradiente de energia do sódio faz com que tanto o íon sódio como a substância co-transportada sejam transferidos juntos para o interior da célula.
No contratransporte, de novo, os íons sódio tendem a se difundir para o interior da célula, devido a seu intenso gradiente de concentração. Contudo, neste caso, a substância que vai ser transportada está no interior da célula e deve ser transportada para o exterior. Por conseguinte, o íon sódio se fixa à proteína carreadora em sua extremidade que se projeta para fora, na face externa da membrana, enquanto a substância que vai ser contratransportada se fixa à projeção interna da proteína carreadora. Uma vez tendo acontecido a fixação dos dois, ocorre nova alteração conformacional, com a energia do íon sódio o transferindo para o interior e levando a outra substância a se deslocar para o exterior.

Referência:

GUYTON, ARTHUR C.; HALL, JOHN E. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

2 comentários

Emerson disse...

Olá Hugo, realmente parece contraditório.

O que pode causar polêmica é o título que pode ser entendido que será preciso quebra de ATP para o transporte passivo que pelo que pude entender não ocorre. O que acontece é que a anergia usada para esse transporte é a energia do gradiente de cálcio por exemplo de fora para dentro, aí o calcio entra por difusão não quebrando ATP e levando substâncias co-transportadas ou trazendo as contratransportadas para o lado de fora da membrana.

Assim como está escrito no livro: "No transporte ativo primário, a energia é derivada diretamenta da degradação do ATP... No transporte ativo secundário, a energia é derivada secundariamente da energia armazenda na forma de diferentes gradientes consentrações iônicas de substâncias..., gerada originalmente por transporte ativo primário.

Emerson

João Brinkmann disse...

Seu Blog está bem legal!! Saudações acadêmicas!!

João Brinkmann

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