quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

IMUNIDADE


POR: Hugo R. Garcia Quinteiro



A imunidade nada mais é do que a capacidade de resistir a organismos ou toxinas que tendem a lesar os tecidos e órgãos do ser humano. A imunidade divide-se em: Imunidade inata, que abrange: a fagocitose de agentes invasores por leucócitos e células do sistema de macrófagos teciduais; a destruição de microrganismos deglutidos pelas secreções ácidas do estômago e pelas enzimas digestivas; a resistência da pele à invasão por microorganismos; a presença no sangue de certos compostos químicos que se fixam aos microorganismos estranhos ou às toxinas, destruindo-os (lisozima, polipeptídios básicos, linfócitos citotóxicos naturais, etc.).

Outra parte da imunidade é a Imunidade adquirida que faz parte do sistema imune especial formador de anticorpos e linfócitos ativados que atacam e destroem os microorganismos ou toxinas específicas.


IMUNIDADE ADQUIRIDA


A imunidade adquirida quase sempre pode conferir grau extremo de proteção. Por exemplo, a toxina tetânica, pode ter sua ação anulada em doses até 100.000 vezes a quantidade que seria letal sem imunidade.

O organismo possui dois tipos básicos e estreitamente ligados de imunidade adquirida: imunidade humoral ou imunidade das células B, onde o organismo forma anticorpos circulantes, que são moléculas de globulina capazes de atacar o agente invasor. O outro tipo é a imunidade celular ou imunidade das células T, onde ocorre a formação de um grande número de linfócitos ativados, produzidos especificamente para atacar o agente invasor.

ANTÍGENOS

A imunidade adquirida não ocorre até que haja uma primeira invasão. Cada toxina ou tipo de microrganismo contém quase sempre um ou mias compostos químicos específicos na sua estrutura que difere de todos os outros compostos. Em geral trata-se de proteínas ou polissacarídeos, sendo eles que desencadeiam a imunidade adquirida. Essas substâncias são conhecidas como antígenos.


FUNÇÃO DOS LINFÓCITOS NA IMUNIDADE ADQUIRIDA


A imunidade adquirida é o produto do sistema linfóide do organismo. Os linfócitos são essenciais para a vida humana. Os indivíduos com deficiência genética ou que tiveram seus linfócitos destruídos por irradiação ou substâncias químicas, não podem desenvolver qualquer imunidade adquirida.

Os linfócitos localizam-se predominantemente nos linfonodos, mas também são encontrados em tecidos especiais, como o baço, áreas submucosas do tubo gastrointestinal e medula óssea. O tecido linfóide possui distribuição muito propícia no organismo para interceptar os microrganismos invasores ou as toxinas antes que possam disseminar-se extensamente.

Ambos os tipos de linfócitos originam-se no embrião a partir de células-tronco hemopoéticas pluripotentes que se diferenciam e se tornam compromissadas para formar linfócitos. Eles ainda sofrem maior diferenciação da seguinte maneira:

Os linfócitos destinados eventualmente a formar linfócitos ativados migram a princípio para o timo (linfócitos T). São responsáveis pela imunidade celular.

A outra parte dos linfócitos, destinada a produzir anticorpos, é pré-processada pela medula óssea (linfócitos B). São responsáveis pela imunidade humoral.


O PAPEL DO PRÉ-PROCESSAMENTO


Felizmente, o mecanismo imune normalmente “reconhece” os tecidos da própria pessoa como totalmente distintos dos tecidos dos invasores, de modo que seu sistema de imunidade forma poucos anticorpos e células ativadas contra seus próprios antígenos. Esse fenômeno é conhecido como autotolerância aos próprios tecidos do corpo. A maior parte do mecanismo de tolerância ocorre durante o processamento dos linfócitos T no timo e linfócitos B na medula óssea.

Existe também outro tipo de autotolerância que é formado pelas células T supressoras. Elas atuam quando ocorre uma reação auto-imune contra os próprios tecidos do organismo servindo numa espécie de feedback negativo a esta reação. Este processo ainda não foi totalmente elucidado.

Falhas no mecanismo de tolerância causam as chamadas doenças auto-imunes. Geralmente, o processo de perda de parte da tolerância imune aos próprios tecidos ocorre com o avanço da idade. Exemplos mais clássicos de doenças auto-imunes estão o lúpus e o reumatismo.


VACINAÇÃO


A vacinação é um processo que provoca imunidade adquirida contra doenças específicas. A vacinação pode ser basicamente de três maneiras: utilizando microrganismos mortos, que não são mais capazes de causar doença, mas que ainda possuem seus antígenos químicos (utilizados basicamente em doenças bacterianas). O segundo tipo de vacinação utiliza-se de toxinas previamente tratadas com substâncias químicas, de modo que sua natureza tóxica tenha sido destruída, com preservação dos antígenos para causar imunidade (utilizados contra botulismo e demais doenças tóxicas). O terceiro tipo de vacinação utiliza-se de microrganismos vivos previamente “atenuados”. Esses microrganismos cresceram em meios de cultura especiais ou passaram por uma série de animais até sofrerem mutações suficientes para não causar mais a doença mas ainda possuírem antígenos específicos (utilizados basicamente em doenças causadas por vírus).


IMUNIDADE PASSIVA


Toda imunidade adquirida discutida até o momento foi a imunidade ativa, ou seja, o próprio indivíduo desenvolveu anticorpos e linfócitos ativados em resposta à invasão por antígeno estranho. Contudo, pode-se obter imunidade temporária em um indivíduo sem injetar qualquer tipo de antígeno. Para isso, administram-se anticorpos, células T ativadas ou ambos, obtidos de outra pessoa ou de algum animal que tenha sido ativamente imunizado contra o antígeno. Os anticorpos permanecerão entre duas e três semanas e, durante esse tempo, a pessoa ficará protegida contra a doença invasora. Esta transfusão de anticorpos é chamada imunidade passiva.


REFERÊNCIA:


GUYTON, ARTHUR C.; HALL, JOHN E. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

2 comentários

Unknown disse...

Continue postando e ajudando os caros coleguinhasss....


Grata, Luana Neres
FISIOTERAPIA

JULIANE disse...

AMEI DEMAIS

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